Para desenvolver este tipo de vacina, os pesquisadores inserem somente os genes que codificam a produção de proteína S (responsável pela ligação do novo coronavírus com as nossas células) dentro de outro vírus que não causa doença em pessoas e ainda é modificado para que seja incapaz de se replicar dentro do organismo. Esse vírus “carreador” é apenas um vetor da informação genética necessária para as células humanas fabricarem a proteína S. Ele não altera o nosso código genético.
Após a vacinação e a entrada do vetor vacinal na célula humana, esse gene que codifica a proteína S é transformado em uma molécula chamada RNA mensageiro (mRNA), que contém instruções para a produção de proteínas S, o que ocorre fora do núcleo das nossas células, onde está o nosso genoma. Essas proteínas produzidas se fixam na superfície celular.
- A partir desse momento, o sistema imunológico começa a atuar em diferentes “frentes”:
- os chamados linfócitos T auxiliares detectam o agente estranho e recrutam os linfócitos B, que produzirão anticorpos específicos contra a proteína S;
- os linfócitos B entram em contato diretamente com a proteína S da superfície das células “vacinadas” e produzem os anticorpos;
- outro tipo de linfócitos T, chamados citotóxicos (ou assassinos), também são recrutados e destroem diretamente qualquer estrutura que exiba a proteína S
- as células “vacinadas”, ao morrerem, liberam fragmentos da proteína S que também são identificados pelo nosso sistema imune, desencadeando toda a resposta vacinal.
Enquanto a imunidade durar, caso a pessoa vacinada tenha contato com o vírus, o organismo será capaz de “lembrar” como fazer para neutralizar rapidamente o SARS-CoV-2.
Exemplos destas vacinas
- Fiocruz/Oxford/AstraZeneca — utiliza adenovírus de chimpanzé
- CanSino — utiliza adenovírus humano 5 (Ad5)
- Janssen/Johnson & Johnson — utiliza adenovírus humano 26 – (Ad26)
- Instituto Gamaleya (Sputnik V) — utiliza dois adenovírus humanos distintos (Ad26 e Ad5) nas primeira e segunda doses, respectivamente.